segunda-feira, 23 de novembro de 2015


Doação de sangue, cadastro de medula atualizado!



#TamojuntoGabriel


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Mais uma história de Superação







Um exemplo de perseverança e luta, o garoto Thompson Vitor, 15 anos de idade, filho de uma catadora de lixo e de família simples, passou em primeiro lugar no exame de seleção Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), onde irá cursar Multimídia este ano. A história deste jovem nos ensina a não desistir dos nossos sonhos independentemente dos obstáculos que apareçam no caminho.
Falta de dinheiro não é desculpa para não estudar. O garoto acorda todos os dias as 05h30 e percorre 6 km de bicicleta para chegar à escola. A família mora em Alecrim, um bairro localizado na comunidade de Paço da Pátria, em Natal. Após voltar do colégio, ele passa a tarde toda estudando e utiliza livros que sua mãe trazia do lixão. “Eu pegava os livros que os ricos jogavam no lixo e trazia pra casa. Eu dava pra eles aqueles livros bonitinhos e colocava eles pra estudarem. Aí eu incentivei eles a gostarem de livro”, diz Rosângela, a mãe do garoto.
Em 2014, Thomson fez o exame de seleção do IFRN, mas não alcançou nota suficiente para a aprovação. Ele até pensou em desistir, mas foi incentivado por professores a continuar estudando. Com muita persistência, conquistou seu grande sonho: “Só sei que não estudo por obrigação, estudo porque gosto. É o que falo pra todo mundo, estudar pra mim é como uma arte. E não tem muito segredo, tem que ter foco., afirma.


menino e mae

O garoto virou orgulho para seus pais, que não completaram o ensino fundamental. A mãe dele ficou muito feliz com o resultado: “Sempre ouvi que filho de pobre só dá pra ser bandido. Quero mostrar pra sociedade que isso não é verdade, os meus não são bandidos e vão ser grandes. Nisso sim, sempre tive fé”, afirma.


Depoimento Dr. Jesse Soares



Agora pode parecer que foi fácil, mas houve um tempo que o horizonte parecia sombrio. Quando fiz UEPa, foi pelo PROSEL, 55,5 candidatos/vaga, sem cotas, apenas com uma ideia louca de "vai dar pra passar". Houve os que duvidaram, mas também aqueles que sempre acreditaram. 
Eu não queria ser médico, lembra Dineia Araujo ? Mas você já sabia que esse era meu destino, só precisava me convencer disso. E foi no último dia de inscrição no vestibular que finalmente eu decidi: eu quero ser Médico.
Os meus pais não eram de me pressionar para estudar, eles já sabiam de quanto eu sou capaz.
A minha mãe ficou super feliz quando eu decidi fazer Medicina, e meu pai disse que eu iria passar porque eu sempre passo em tudo.
Hoje finalmente sou Médico, fui pras ruas vender bombom? Sim, fui! A Dineia também foi. Nesse tempo, não estive só, minha família esteve a meu lado, vencemos. Mas ainda não terminou, como disse certa vez um negro muito famoso, que fora preso por vários anos em seu país natal, que ainda se tornou Presidente e ganhou o Prêmio Nobel da Paz: "quando chegamos ao topo de uma montanha, percebemos que há muitas outras pra transpor"




Depoimento :

Obrigado!
2x Obrigado!
100X Obrigado!
1.000.000x Obrigado!
No início da semana, eu estava desesperado, sim, desesperado, não há outra palavra pra expressar, completamente desorientado, não conseguia estudar, nem pensar direito. Quando não havia saida, quando não havia luz, quando tudo parecia ter chegado ao fim, tudo mudou. Terça-feira, lá pelas 19hs, eu estava na rua, subindo e descendo de ônibus, com a boca seca, mal conseguia falar, mas vender era preciso.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis ônibus passaram e nenhum permitiu que eu entrasse, eu ali na Governador José Malcher, em frente o templo da Assembleia de Deus, pensei:" meu Deus, e agora? Não to vendendo nada, to cansado, esse bombom vai estragar, vai derreter, e agora?" Porém parar de vender não era uma opção. Lá vem o 902, "Cidade Nova VI - Presidente Vargas", vendi 20, senti a bacia ficar mais leve, o desânimo sumiu, veio mais ônibus, sobe, desce e assim eu continuei missão cumprida, pelo menos naquele dia. No entanto eu sabia que não podia continuar assim, algo deveria ser feito, mas o quê? E se... Não, não devia fazer isso. Já passava da meia-noite, eu estava em casa tentando encontrar uma solução, nada surgia, apenas aquela ideia, mas eu não podia por em prática, sei lá o que vão pensar? "Que sou oportunista? " ou "Que sou um lutador". Naquela madrugada, sem sono, decidi então fazer um post, enviei pra cinco comunidades médicas e pedi que divulgassem. Na quarta-feira não fui vender, estava cansado, por volta de 21h fui conferir se alguma comunidade havia publicado, e apenas uma publicou, a comunidade "Um sonho não muito distante". As demais não deram muito crédito.
"Vou fazer uma loucura amor" disse eu a minha esposa, e ela sem entender do que se tratava olhou desconfiada. Comecei a postar em todos os grupos dos quais eu faço parte, foram 15 minutos, 900 segundos e tudo começou a mudar, meus amigos passaram a compartilhar e eu fiquei até as três da manhã aceitando pedidos de amizade, respondendo SMS e atendendo o celular. Muita gente querendo ajudar, nos dias que seguiram meu celular não parou de tocar, quando cheguei em casa à noite havia 185 solicitações de amizade, pessoas de todo o Brasil querendo saber a veracidade da história.
E agora tenho um MUITO OBRIGADO a dizer a todos vocês, que curtiram, que compartilharam, que acreditaram. Muitas pessoas ajudaram, muitas estão ligando dizendo que vão ajudar. O meu OBRIGADO é do tamanho da generosidade de vocês.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

G1

Médico que se formou vendendo bombons dá dicas para o Enem

Jessé Soares driblou a falta de recursos e foi aprovado em 2 universidades.
Ele conta que disciplina e horas de sono na reta final fazem a diferença.


Jessé Soares conseguiu boa nota no Enem 2008 e percebeu que poderia cursar medicina. Correndo atrás do seu sonho, conseguiu ser médico e atuar no interior do Pará, na cidade em que nasceu (Foto: Reprodução / Rede Globo)



O médico Jessé Soares, que concluiu a graduação na Universidade do Estado do Pará (Uepa) em maio de 2015, enfrentou diversas dificuldades para garantir a sua vaga no ensino superior e continuar os estudos: com problemas financeiros, conseguiu se manter na universidade com a ajuda da venda de bombons em ônibus em Belém. Após vencer este desafio, o médico - que conseguiu sua primeira vaga na universidade através do Enem em 2008 - divide a experiência de superação com o G1 e dá dicas para os candidatos que irão enfrentar a maratona de provas nos próximos dias 24 e 25 de outubro.
Médico diz que certeza de vida melhor foi motivação para continuar os estudos (Foto: Jessé Soares / Arquivo Pessoal)Médico diz que certeza de vida melhor foi motivação
para continuar os estudos
(Foto: Jessé Soares / Arquivo Pessoal)
Segundo Jessé, o estudante precisa planejar com antecedência um 'roteiro' da prova, com base nos seus pontos fortes. “O importante é sempre começar a resolver as questões que você considere mais fáceis, das disciplinas que você domina; isso te dá mais confiança. Eu, por exemplo, sempre corria para as de cálculo, física, matemática, química. Assim, o aluno ganha mais tempo que ele vai poder reservar para aquelas que irão exigir mais dele”, orienta.

Fórmula para o sucesso
Aprovado em medicina nas universidades Federal do Pará (UFPA) e Estadual do Pará (UEPA), aos 20 anos, o médico não duvida que encontrou a fórmula para o sucesso. Ele acredita que a disciplina e a organização ao longo do ano foram fundamentais para dar conta do extenso conteúdo programático e conter o nervosismo diante do novo desafio.
“Muitos alunos resolvem intensificar os estudos já com as provas se aproximando. Mas comigo foi o contrário. Eu mantive esse ritmo mais puxado até julho, e claro, resolvendo as provas dos anos anteriores até mesmo para treinar o tempo que cada questão ia pedir. O Enem acaba exigindo não só o conhecimento, mas essa capacidade de administrar seu tempo para poder dar conta de todo o exame. Já no segundo semestre basicamente ia para as aulas do cursinho e resolvia os exercícios na aula mesmo, não levava mais trabalho para casa”, detalha.
Incentivo
Jessé ressalta que o êxito obtido contou com o indispensável apoio da família, que morava em Limoeiro do Ajuru, uma cidade com 25 mil habitantes no nordeste do Pará. Mesmo à distância, seus parentes seguiam incentivando o jovem a se manter firme nos estudos.
“Sempre digo que os pais devem ter muita atenção ao cobrarem resultados. No meu caso, a maior cobrança para alcançar a aprovação, vinha de mim mesmo. Meus pais sempre acharam que eu era capaz, portanto, não ter que lidar com pressões da parte deles era algo positivo, e reforçava a minha confiança”, revela.
 
Momentos finais
Na reta final para o Enem, o médico chama a atenção para dois fatores que podem contribuir para o bom desempenho durante as provas e que muitos candidatos acabam ignorando em busca do melhor resultado.

“Na semana final para as provas, o melhor a fazer é garantir as horas de sono regular. O momento de fazer viradas já passou e muitos estudantes negligenciam o fato de que dormir é importante não só para que organismo se refaça, mas também porque ajuda a fixar o que você aprendeu durante o dia”, destaca.
Boa nota no Enem fez Jessé perceber que poderia conquistar o sonho de cursar medicina (Foto: Reprodução / Rede Globo)Boa nota no Enem fez Jessé perceber que poderia
conquistar o sonho de cursar medicina
(Foto: Reprodução / Rede Globo)
Dia da prova
Para o momento do exame, Jessé afirma - como médico e aluno - que a alimentação pode fazer diferença durante o exame.

“É fundamental manter uma alimentação sem excessos. No dia da prova, o estudante deve levar água e uma porção de chocolate meio amargo, que além de garantir energia, considerando que o cérebro só consome glicose para se manter trabalhando, ainda libera serotonina, neurotransmissor responsável pelo bem-estar.  Se quiser reforçar, pode levar ainda uma fruta, uma banana, por exemplo, rica em potássio, magnésio, fibras, triptofano e vitaminas, e dá saciedade”, orienta.

Superação
Mesmo com uma boa nota no Enem, o médico alerta que o estudante não pode perder o foco: conseguir uma vaga, entrar no curso dos sonhos e concluir a universidade são desafios diferentes, como prova a própria história de vida do recém-formado: para muitos estudantes, as maiores dificuldades passam apenas pelo universo das letras e números mas, na vida de Jessé, a complexa equação que levaria à aprovação no vestibular incluía ainda garantir a própria sobrevivência na capital paraense e lidar com recursos limitados para preparar-se para a disputa com milhares de candidatos.
Jovem divulgou uma foto sua com a mensagem 'Jessé Soares: estudante de medicina e vendedor de rua" (Foto: Jessé Soares / Arquivo pessoal)Jessé Soares fez campanha nas redes sociais em
2013 para divulgar seu trabalho como vendedor de
bombons, na tentativa de obter ajuda para concluir
curso de medicina
(Foto: Jessé Soares / Arquivo pessoal)
O resultado de tamanha persistência já daria os primeiros sinais em 2008, quando conferiu seu nome na lista dos aprovados nas duas maiores universidades públicas de Belém. E ao checar o desempenho no Enem, veio outra surpresa: com a pontuação obtida, percebeu que poderia alcançar uma meta mais ambiciosa, a de ser aprovado no curso de medicina.

“Pela manhã, eu cursava física na Uepa, à tarde ia para o cursinho e quando chegava em casa, já à noite, ia dormir logo para às 2h da madrugada acordar e levar direto o estudo até às 6h, quando me começava a me arrumar para sair de casa e seguir o restante do dia”, conta ao relembrar a rotina que cumpria quatro vezes durante a semana e que atravessava sábados e domingos, até a aprovação desejada.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

De morador de Rua para salas de aula como mestre

Ex-morador de rua, professor conta vida a universitários: 'Comi até lixo'

Benedito Cirino dá aula de filosofia em Sorocaba.
'Canalizei toda a minha experiência para formar seres humanos', diz.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Benedito Cirino conta trajetória de vida para os alunos durante as aulas de filosofia (Foto: Carlos Dias/G1)Benedito Cirino conta trajetória de vida para os alunos durante as aulas de filosofia (Foto: Carlos Dias/G1)
A trajetória de vida intensa de um professor e doutor em filosofia faz as aulas ficarem mais atrativas e emocionantes para estudantes de uma universidade de Sorocaba (SP), no interior de São Paulo. Ex-andarilho, Benedito Aparecido Cirino, de 51 anos, usa a própria história para contextualizar o conhecimento dos maiores pensadores da humanidade a fim de motivar os alunos e contar como abandonou as ruas e chegou às salas de aula.
Em entrevista ao G1, Benedito conta que as reações dos alunos são sempre diferentes, já que muitos não faziam ideia de que o professor que explica com clareza as citações mais famosas da humanidade chegou a ser morador de rua e até a comer lixo. "É sempre uma novidade. Faço questão de contar um pouco da minha história, pois acredito que eles podem aprender com a minha experiência de vida e acadêmica", diz.
A saga de Benedito começou após a morte da mãe, aos 9 anos, quando morava em Campinas. “Aprendi a ler aos 7 anos e aquilo foi fantástico para mim, mas tive que parar de estudar aos 11 anos para ajudar meu pai como aprendiz em uma fábrica. Me diziam que pobre tinha que trabalhar e não estudar”, lembra.
Durante a passagem da adolescência para a vida adulta, Benedito acumulou diversos empregos para complementar a renda da família. Na época, a expectativa era de ser contratado por um escritório onde era auxiliar não aconteceu e ele passou a coletar materiais recicláveis.
Foi nesta época que uma conversa com um tio provocou uma reviravolta na sua vida pacata. Ao som da viola caipira, os dois fizeram uma reflexão sobre o que passavam enquanto olhavam as estrelas. "Ele disse assim: ‘Olhe as estrelas. Sabe o que eu acho? Esse monte de estrela mostra que a gente não é nada em relação ao tamanho do universo’. Até aquele momento eu não tinha parado para perceber o que aquilo significava e foi um choque ao comparar com a minha realidade. Tive uma espécie de surto”, lembra o professor que, a partir daquele momento, começou a conviver com um inimigo: ele mesmo.
Benedito largou o emprego e foi morar com um amigo em Mato Grosso (Foto: Arquivo pessoal)Benedito largou o emprego e foi morar com um
amigo em Mato Grosso (Foto: Arquivo pessoal)
Apesar de desorientado psicologicamente e em uma situação familiar precária, ele chegou a ser promovido no jornal onde trabalhava, mas pediu demissão em poucos meses. “Com o dinheiro que eu tinha comprei comida, peguei o que tinha e fui para o Mato Grosso com um amigo. Fiz isso porque dentro de mim havia um sentimento em que parecia que ia morrer rápido e minha vida não ia mudar nunca”, lembra.
Professo se formou em Filosofia (Foto: Benedito Aparecido/Arquivo Pessoal)Professor se formou em Filosofia
(Foto: Benedito Aparecido/Arquivo Pessoal)
Comida de oferenda
Depois de 3 meses vivendo no Mato Grosso, o dinheiro guardado e a comida acabaram. Sem emprego e longe da família, decidiu voltar para interior de São Paulo, mas passou por vários problemas ao embarcar no ônibus, com 19 anos. "Entrei sem dinheiro, pois pensei que iria cobrar apenas quando chegasse no destino, mas no meio do caminho, ele quebrou e o motorista pediu para todos pagarem. Eu não tinha nada no bolso e fui deixado em uma cidade apenas com a mochila nas costas”, relata Benedito, que só conseguiu pegar o transporte depois de pedir dinheiro para o prefeito da cidade e voltar para Campinas.
Enquanto tentava encontrar um local para se estabelecer, Benedito viajou por vários estados. "Não conseguia ficar em lugar nenhum e em Cuiabá conheci dois meninos que foram para Manaus comigo: um jovem e outro ainda era menor de idade. Sem dinheiro, comíamos restos de feira em sopas, comida de lixo e até de oferendas (frutas e pedaços de frango) na rua”, revela.
Quando eles colocaram a arma na minha cabeça eu disse: ‘você pode me bater, pois não dói mais do que a fome que sinto há três dias sem comer’. Depois disso, eles me soltaram e percebi que eu não tinha saído de casa para viver aquilo"
Benedito Aparecido Cirino,
ex-andarilho e professor de filosofia
Em uma das tentativas de almoçar sem pagar, o professor conta que quase morreu em uma delas. Morando nas ruas com os dois companheiros, eles comiam em restaurantes e fugiam. No entanto, ele chegou a ser alcançado por um garçom e agredido com ajuda do dono e levado para um matagal. “Quando eles colocaram a arma na minha cabeça eu disse: ‘você pode me bater, mas não dói mais do que a fome que sinto há três dias sem comer’. Depois disso, eles me soltaram e percebi que eu não tinha saído de casa para viver aquilo”, relata.
‘Senhor Salvador’
Com a mochila nas costas, ele decidiu seguir viagem sem os dois colegas e pegou carona por quatro dias em cima de um caminhão atéBoa Vista (RR) enfrentando fome e frio. Ainda na estrada, ele conheceu um caminhoneiro que recorda se chamar “Salvador”, ou, como referia “senhor Salvador”, que, segundo ele,  transportava caixões em toda a carroceria. “Ele me viu naquela situação com quase 20 anos e me deu uma baita bronca. Foi quando ele me deixou em outro posto e voltei para Campinas. Eu estava em casa”, comenta.
Junto com a família depois de uma longa jornada, Benedito voltou ao mesmo lugar de onde começou a viagem e trabalhou no mesmo jornal. Foi nesta época que ele encarou o ensino supletivo para dar continuidade à escola, mas foi o começo de um relacionamento com uma mulher que tinha amigos em universidades que o motivou a retornar aos estudos. “Comecei no fundamental e fiz o ensino médio”, lembra.
Benedito apostou também na venda de artesanato  (Foto: Benedito Aparecido/Arquivo pessoal)Benedito apostou também na venda de artesanato
(Foto: Benedito Aparecido/Arquivo pessoal)
Após  terminar o ensino médio, logo se matriculou no curso de filosofia, em Campinas, aos 25 anos. “Não entendia nada, foi como começar do zero, mas não desisti. Porém, terminei a faculdade, pedi demissão do jornal e tive meus primeiros alunos dando aula no ensino médio”, lembra.
Apesa das dificuldades, ele focou nas aulas e a venda de artesanato na rua. “O tempo em que passei naquela vida eu via pessoas fazendo objetos para vender e aquilo me atraia. Não era algo que eu queria fazer para sempre, mas a beleza das peças me motivou a fazer pequenos bonecos e máscaras para vender”, diz Benedito, que após terminar filosofia, fez o mestrado com bolsa de estudos.

Ingresso na universidade
Após palestras, ele foi convidado a se apresentar na Universidade de Sorocaba (Uniso), o que rendeu a contratação como professor e, posteriormente, a oportunidade do doutorado.
Hoje, ele procura refletir o que viveu e comemora ao ver que, após se formar, outros dois irmãos e a filha de 19 anos, estudante de biologia, também seguiram a vida acadêmica “Desde então, gosto de apresentar aos alunos o que aprendi da vida. Parece que toda aquela energia que não me deixava ficar em um lugar algum foi centralizada para eu ensinar e formar seres humanos melhores. Peço para que eles procurem o conhecimento cada vez mais”, finaliza.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2015/10/ex-morador-de-rua-professor-conta-vida-universitarios-comi-ate-lixo.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Engraxate realizou sonho de fazer faculdade de Direito

Engraxate consegue OAB, mas só vai atuar no 

direito no próximo ano


Engraxate passa na OAB depois de fazer a prova seis vezes, em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Jovem vai aposentar a caixa de engraxar e se dedicar à nova carreira.
Ele pagou faculdade limpando e lustrando sapatos de juízes em Goiânia.


O engraxate Joaquim Pereira, de 26 anos, disse que vai continuar limpando e lustrando sapatos até dezembro deste ano, mesmo tendo passado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A partir do próximo ano, o jovem disse que vai aposentar a caixa de engraxar e vai se dedicar exclusivamente a advocacia.
Nascido em Monte Alegre de Goiás, Joaquim se mudou para Goiânia em 2006 em busca de uma vida melhor. Na capital, se matriculou em uma faculdade particular e pagou as mensalidades trabalhando como engraxate. Entre os principais clientes estavam advogados, juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
Depois de tentar seis vezes, passou na prova da OAB e já traça planos para o futuro. “Daqui uns dias, eu irei dizer com muita honra que fui engraxate e que através da caixa de engraxar eu consegui me tornar um advogado. Isso é motivo de orgulho. Em janeiro já quero ingressar na nova carreira. Daqui até lá, acredito que vão surgir várias oportunidades”, conta.
Na última sexta-feira (9), Joaquim foi homenageado por um escritório de advocacia em que ele tinha vários clientes. Agora, todos são colegas de profissão. Na ocasião, ele recebeu uma placa elogiando sua determinação. “Mais que uma bela historia de vida, de lutas e de vitórias, é através do seu exemplo de amor ao trabalho e imensa capacidade de superação que o qualifica não só como advogado, mas a um guerreiro que nos orgulha e nos enche de esperança”, diz o presente.
Joaquim se formou em direito e continua a engraxar em Goiânia, Goiás (Foto: Adriano Zago/ G1)Joaquim se formou em direito e continuou engraxando sapatos em Goiânia (Foto: Adriano Zago/ G1)
História
Joaquim sempre teve o sonho de fazer faculdade. “Meu pai e minha mãe, embora não tenham curso superior, sempre me incentivaram a estudar, ter sonho. Se você tiver sonho, um ideal, um objetivo, você pode conseguir qualquer coisa”, disse o engraxate.
Os clientes que ele teve durante todos esses anos também o parabenizam pela conquista. Mais do que um engraxate, Joaquim é um exemplo a ser seguido por muitos. “Muitas vezes eu tenho aqueles desânimos eventuais que a gente tem e me vem na cabeça o Joaquim, a felicidade e a vida que ele tem”, relatou o advogado Ricardo Naves.
O engraxate aprendeu o ofício ainda criança. Ao deixar sua cidade ele não se imaginava formado. Joaquim lembra que, ao chegar à capital, tinha a esperança de logo ser contratado em uma empresa e se tornar um profissional de destaque. Mas viu que não era bem assim. Ele demorou três meses para conseguir emprego em uma fábrica de enxovais. Quando recebeu o primeiro salário mínimo, concluiu que não era o suficiente para se manter em Goiânia. Na época, ele morava com o irmão.  “Vim para trabalhar. Depois, vi que precisava estudar para crescer, para ter um emprego melhor”, conta.
Joaquim se formou em direito mas continua a engraxar em Goiânia, Goiás (Foto: Adriano Zago/ G1)Joaquim se mudou para Goiânia em 2006
(Foto: Adriano Zago/ G1)
Devido à insatisfação com o trabalho, ele decidiu, em um sábado, ir para as ruas de Goiânia e ver como se sairia de engraxate. “Ganhei R$ 20 e atendi umas dez pessoas. Mesmo não sendo muito, fiz as contas e vi que podia render”, afirma. Segundo ele, em uma segunda-feira, três meses após ser admitido na fábrica, pediu demissão. “Indagaram porque eu retrairia tanto. Pensaram que eu estava revoltado”, lembra.  O jovem comenta ainda que não foi uma decisão fácil, pois teve medo de ser rejeitado. “Tive medo da reação dos meus amigos e dos colegas”, diz.
As pessoas para quem engraxou sem cobrar nada nas primeiras vezes se tornaram seus clientes. A simpatia e a abordagem especial atraíram muitos outros e fez com que ele ficasse conhecido nos locais onde trabalha, como na Praça Cívica, onde está o Centro Administrativo do Governo de Goiás. Joaquim conquistou uma clientela fixa. De R$ 20 por dia, ele passou a faturar até R$ 100.
Depois de um ano limpando sapatos, Joaquim decidiu que entraria para uma faculdade de direito. “Vendo o dia a dia dos advogados e conversando com eles, concluí que queria ser um deles”, afirma. A decisão de ingressar em uma universidade foi criticada por muitos conhecidos.
”Falavam que eu não daria conta de terminar, que era muito difícil e caro”, conta. No entanto, ele persistiu com o sonho de se formar, passou no vestibular e começou, em 2008, o curso de direito em uma instituição de ensino particular. “Se a gente quiser ter sucesso na vida, tem que se submeter ao risco”, ressalta.
Fonte : http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/10/engraxate-consegue-oab-mas-so-vai-atuar-no-direito-no-proximo-ano.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/10/engraxate-consegue-oab-mas-so-vai-atuar-no-direito-no-proximo-ano.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

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